postagem de 10 de Setembro de 2020

Acessibilidade digital: o que é?

Acessibilidade digital: o que é?
Descubra o que é acessibilidade digital e como produzir um conteúdo inclusivo

Por acaso, você já ouviu falar em acessibilidade digital? Em um primeiro momento você pode até pensar que este tipo de “acesso” seria destinado apenas às pessoas que são portadoras de algum tipo de deficiência, seja ela, visual, auditiva, motora ou cognitiva.

Fique sabendo que acessibilidade digital não é feita apenas para pessoas com deficiência!

Pelo contrário, acessibilidade digital é sobre fornecer acesso, - independente da sua capacidade, idade ou deficiência -, para qualquer pessoa.

Quando falamos em acessibilidade digital, logo pensamos na construção de uma web mais inclusiva. E parte do desafio em prover acessibilidade encontra-se no nível técnico, ou seja, diz respeito à criação de conteúdos que estejam de acordo com as diretrizes que o tornam acessíveis.

Sendo assim, a inclusão está relacionada ao modo de planejar, escrever e produzir o conteúdo. Para te ajudar a entender melhor sobre acessibilidade digital, preparamos este artigo.

Tenha uma boa leitura! ;)

A importância da acessibilidade digital

Você sabe qual a importância da acessibilidade digital? Acessibilidade é para que todos possam ter a oportunidade, segurança e autonomia de navegarem em um site, aplicativo, mídias sociais, ou até mesmo ler um e-mail marketing sem encontrarem dificuldades ou se sentirem excluídos.

Por exemplo, o app YouTube Kids funciona com recursos de acessibilidade, - tanto para Android quanto iOs -, que oferecem suporte às crianças que ainda não sabem ler ou escrever, para que elas sejam capazes de procurar sozinhas os vídeos que desejam assistir.

Confira um exemplo neste vídeo abaixo:

Da mesma forma, o Youtube dá acessibilidade para usuários cegos e com baixa visão para que busquem os conteúdos que desejam consumir na plataforma.

Viu só? Acessibilidade é sobre pensar e projetar para todos!

Acessibilidade é só para o digital?

NÃO! A acessibilidade deve estar presente na forma como falamos, escrevemos, pensamos, agimos e principalmente, como nos comunicamos com o mundo a fora.

Segundo a Microsoft Design, em algum momento da vida nós podemos nos deparar com vários tipos de deficiência que requerem acessibilidade ao usuário, como por exemplo:

Deficiências no toque

Permanente - a ausência de um braço.

Temporária - uma lesão no braço.

Situacional - uma pessoa carregando um bebê no colo.

Deficiências na visão

Permanente – uma pessoa cega.

Temporária - uma pessoa com catarata.

Situacional - uma pessoa dirigindo um veículo.

Deficiências na audição

Permanente – uma pessoa surda.

Temporária - uma pessoa com infecção no ouvido.

Situacional – bartender trabalhando em local com música alta.

Deficiências na fala

Permanente – uma pessoa muda.

Temporária - uma pessoa com inflamação na garganta.

Situacional – uma pessoa com sotaque pesado.

Afinal, por onde começamos?

Segundo o censo do IBGE de 2010, existem cerca de 45 milhões de brasileiros com algum tipo de deficiência. Dentre elas, estão pessoas com mobilidade reduzidas e deficiências físicas severas, pessoas surdas e com baixa audição, pessoas cegas ou com baixa visão e daltônicos.

Dentro desses milhões, você já parou para pensar como um usuário cego pode consumir o conteúdo que você produz no seu blog? Ou até mesmo, neste blog aqui que nós escrevemos?!

Esta é uma pergunta que provavelmente nunca tenha lhe passado pela cabeça. E é justamente por isso, que precisamos rever nossos conceitos de conteúdo, marketing e comunicação, a fim de os tornarem mais acessíveis para todos.

Além das pessoas com deficiência, também precisamos pensar na parcela do seu público que pode carregar consigo inúmeras dificuldades para compreensão do seu conteúdo, como:

  • Idosos;

  • Não familiarizados com a web;

  • Não nativos no idioma do seu site ou aplicativo;

  • Pouco ou nada alfabetizados;

  • Com baixa conexão à internet;

  • Com limitações situacionais, seja estando em movimento, em um ambiente barulhento ou com pouca luz.


O business

Você deve estar se perguntando: mas o que meu negócio ganha com a acessibilidade? Pode ter certeza, ele ganha muito! Além dele, você, seus pais, seus amigos, conhecidos, vizinhos e clientes saem ganhando com essa transformação.

Afinal, você estaria falando com mais de 45 milhões de pessoas com deficiência da população brasileira. Dentre os quais, muitos poderiam a vir se tornar seus clientes, apenas pelo fato de que você se preocupou em adequar seu conteúdo para que este se comunique e informe de maneira acessível.

Além disso, com as mudanças no modo de consumo dos clientes, muitos afirmam que preferem marcas que se posicionem e são transparentes segundo suas visões de mundo, causas e bandeiras defendidas.

Prova disso, é a pesquisa da Accenture, que mostra que cerca de 83% dos brasileiros compram de marcas alinhadas com seus valores pessoais. E a acessibilidade é uma das bandeiras em alta neste momento de transformações e mudanças no mundo todo.

Boas práticas de acessibilidade e usabilidade

Prever acessibilidade para pessoas com deficiência é um desafio complexo, mas não impossível de ser feito. As funcionalidades e as boas práticas devem ser previstas ainda na fase do planejamento.

A equipe também precisará de apoio e de incentivo para seguir os padrões definidos no documento da WCAG, que consiste em um conjunto de recomendações de acessibilidade que foram desenvolvidas pelo consórcio W3C – World Wide Web, através do WAI (Iniciativa de Acessibilidade na Web), em colaboração com pessoas e organizações em todo o mundo.

As orientações incluem, além do conteúdo para site, a produção de diversos outros formatos, como vídeo, podcasts, redes sociais, infográficos, entre outros.

Confira a seguir as melhores práticas para a produção de um conteúdo acessível a todos:

  • Escreva um conteúdo que seja compreensível por pessoas de todos os níveis, desde o fundamental até o nível superior, ou se a informação for técnica, sempre forneça mais detalhes.


  • Escreva textos com estrutura simples. Opte por frases e parágrafos curtos e na ordem direta.


  • Um recurso interessante é dividir o conteúdo em blocos, alterando parágrafos com frases simples e informações organizadas em marcadores ou listas.


  • Sempre que possível evite usar metáforas. Pessoas com deficiência cognitiva, podem não entender o significado dessa ou de outras figuras de linguagem.


  • Formatos diferenciados de conteúdo, como um e-book, também podem ser acessíveis. O programa Adobe Acrobat PRO permite a criação de documentos no formato PDF já formatados para essa função.


  • Os conteúdos produzidos em formato de áudio, vídeo, imagem, infográfico ou tabela devem ser acompanhados da transcrição em texto.


  • Os conteúdos em vídeo devem ter audiodescrição, legenda e Libras (avatar digital ou intérprete humano).


  • Em textos para site, hotsite ou landing page, evite usar expressões como “saiba mais” ou “clique aqui”.


  • Organizar a estrutura semântica do conteúdo em header, sub-header e parágrafo permite que a informação seja consumida de forma lógica pelas ferramentas de leitura.


Num primeiro momento, pode até parecer uma tarefa difícil prever a acessibilidade em todos os projetos digitais.

Mas, aos poucos, todos devem colocar um dos itens citados acima na sua rotina de trabalho, assim, o hábito acaba se tornando parte essencial do seu planejamento de conteúdo e estratégias direcionadas para todos!

Benetton Comunicação

Por: Jacqueline Fernandes

Fotos/ Créditos: Divulgação

O material poderá ser reproduzido, desde que citado a fonte.


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