Por enquanto disponível nos EUA, Canadá, Holanda, Austrália e Nova Zelândia, o Disney+ é um streaming da Disney que disponibiliza tanto os novos filmes novos dos estúdios, quanto os atuais e suas futuras produções.
Em clássicos como Peter Pan, A Dama e o Vagabundo e Dumbo, uma mensagem é exibida na tela antes do início dos filmes, informando que os mesmos estão sendo exibidos em sua versão original e que podem conter representações culturais antiquadas, ou seja, preconceitos que foram mascarados nas animações infantis.
Essa não é a primeira vez que vemos polêmicas que envolvem os filmes da Disney, mas exatamente pelas críticas recentes em relação ao uso de estereótipos racistas e preconceituosos, que a medida foi tomada.
Um exemplo recente é o filme Dumbo, que ganhou sua versão em live action em março deste ano.
No filme original do elefante com suas grandes orelhas, lançado em 1941, um dos corvos, Jim Crown, fala com sotaque que é considerado paródia racista à maneira de falar dos negros americanos.
Aristogatos e A Dama e o Vagabundo também possuem exemplos de sotaques racistas, ao representarem gatos siameses que falam de maneira ofensiva ao sotaque do leste asiático.
Detalhe: todos os personagens citados foram dublados por atores brancos.
No filme Mogli, lançado em 1967, os macacos representam pessoas negras como tolas e criminosas, enquanto em O Rei Leão, que também teve seu live action lançado em 2019, encontramos as hienas que, na versão original de 1994 poderiam facilmente serem comparadas com as minorias raciais que vivem em áreas de baixa renda.
Assim como a providência tomada pela Disney+, a Warner já havia adicionado o aviso em desenhos como Tom e Jerry, dizendo: “Os desenhos animados que você está a ponto de assistir são frutos de sua era. Podem representar alguns preconceitos raciais étnicos que eram comuns na sociedade americana. Essas representações eram erradas então e continuam erradas hoje."
Lançamentos em live action
Na obra de Philip Glass, Walt Disney foi definido como racista e misógino, inclusive, em 2014, sua sobrinha neta, Abigail Disney, declarou que concordava com Glass em sua obra, citando o exemplo de Mogli, que possui um roteiro que fala sobre a necessidade de pessoas viverem com outras pessoas do seu próprio tipo, em meio a uma luta contra a segregação racial.
A polêmica sobre a "Disney Racista" atraiu até mesmo especialistas em questões raciais e mídia popular, como Gayle Wald, diretora do departamento de estudos americanos na Universidade George Washington.
Wald vê as afirmações sobre Walt Disney ser racista como o fator que impulsiona os atuais executivos da Disney se sentirem responsáveis por lidarem com aspectos desagradáveis e preconceituosos em seus filmes.
Nas versões atuais dos filmes, como em A Dama e o Vagabundo, os gatos que representavam estereótipos debochados asiáticos não são retratados mais como siameses.
Disney+ no Brasil
Foi confirmado que o streaming chega na América Latina por volta do segundo semestre de 2020, porém o valor ainda não foi divulgado.
Por enquanto o streaming da Disney está disponível apenas EUA, Canadá, Holanda, Austrália e Nova Zelândia, com um catálogo vasto que contém produções clássicas desde a década de 30, até os sucessos que foram lançados recentemente.
Além do catálogo completo, o valor mensal do streaming não fica por menos, nos EUA o valor é de US$ 6,99 por mês; no Canadá US$ 8,99 e na Nova Zelândia US$ 9,99, o valor mais alto anunciado até agora o momento (ou até falarem do valor no Brasil, não é mesmo? ?)
Benetton Comunicação
Por: Laís Amorim
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