Alguma vez você ligou para uma empresa e foi atendido por um assistente virtual? É provável que sim, ou talvez, esse assistente tenha conversado de forma tão comum, que você pensou que fosse realmente uma pessoa.
A ideia principal das empresas que utilizam bot, é que eles atendam da maneira mais efetiva e humanizada possível, transmitindo segurança e confiança para os clientes, sendo um reflexo da vida real.
A tecnologia está crescendo, principalmente durante a pandemia, então, provavelmente você já a utilizou e deve ter reparado que a maior parte dos bots são femininos.
E, por mais incrível que pareça, nem as assistentes virtuais estão a salvo do assédio.
As assistentes virtuais, que são mais comuns nas empresas que utilizam essa tecnologia, mostraram que o assédio contra a mulher é expresso até mesmo com inteligência artificial. O número de empresas que constatou que suas assistentes virtuais estavam recebendo comentários sexistas e agressivos é grande.
A situação tomou proporções tão grandes, que a UNESCO criou um movimento, em conjunto com essas marcas, contra o preconceito de gênero e assédio sexual.
Neste artigo nós vamos te contar mais sobre essa ação e as campanhas realizadas pelas empresas, vem com a gente!
Talvez você nunca tenha se questionado sobre o motivo da maior parte das assistentes virtuais serem femininas, e acabou assimilando como algo comum.
De acordo com o site da UOL, para os especialistas em marketing, a maioria das assistentes são femininas porque, no imaginário popular, a voz e a figura da mulher são dóceis, subservientes, sempre disponíveis e prontas para ajudar.
Ou seja, você não se perguntou porque esse tipo de associação faz parte do imaginário popular, e é aí que está o “X” da questão.
As assistentes virtuais, sempre prontas para ajudar, reforçam a ideia de que este é o papel da mulher, como dóceis, cuidadoras e sempre disponíveis.
Mas este papel representado pelas assistentes, mostrar a realidade do preconceito e assédio vivenciados por mulheres reais, deixando claro que uma postura mais ativa precisa ser adotada.
Tanto o Bradesco quanto a Magazine Luiza são empresas muito conhecidas no Brasil, que buscam inovar para oferecer o melhor atendimento para os clientes.
Elas não tardaram para implantar os bots em seus canais de atendimento, conhecidas como Bia e Magalu.
BIA e Magalu, programadas para ajudar as automatizando a maior parte do processo dos clientes, não escaparam do preconceito de gênero e do assédio.
A assistente virtual do Bradesco recebeu em 2020, em torno de 95 mil mensagens de ofensas e assédio sexual, evidenciando a realidade de mulheres reais.
O Bradesco entrou na campanha da Unesco #HeyUpdateMyVoice, que vamos explicar mais para frente, e lançou um vídeo que mostra a realidade da assistente virtual e suas respostas.
A Magalu é mais do que a assistente virtual da Magazine Luiza, ela é uma personagem que representa a empresa, tem rosto e personalidade.
Em 2018, a personagem publicou em suas redes sociais que estava recebendo mensagens desrespeitosas pesadas. E mesmo sendo virtual, Magalu disse que ficava imaginando o que as mulheres reais sofriam.
De lá pra cá, as coisas não mudaram, e a empresa também entrou na campanha da UNESCO, para solucionar esse problema.
Os bots foram criados para atender e ajudar pessoas, e não para responder comentários ofensivos ou assédios.
Portanto, sempre que uma fala violenta ou preconceituosa era utilizada com as assistentes, suas respostas eram passivas.
Mas isso precisou mudar, afinal, percebemos neste artigo o quanto esse contato virtual representa a realidade social.
Hoje as pessoas possuem muito mais consciência sobre a igualdade de gênero, e lutam para acabar com os preconceitos e violências.
As mulheres de hoje tem uma postura muito mais ativa, então, por que não implementar essa atitude nas respostas das assistentes virtuais também?
O movimento #HeyUpdateMyVoice criado pela UNESCO tem como objetivo programar as assistentes virtuais para responderem às ofensas de forma mais combativa, porque algumas das respostas programadas eram muito moderadas, e em alguns casos, até amigáveis.
Clique aqui para dar uma olhadinha no vídeo da campanha.
No site da campanha e até no das empresas, você também pode ajudar, contribuindo com ideias de respostas para as assistentes utilizarem quando forem ofendidas.
Que tal ajudar o movimento?
Você deve ter se perguntado: como trabalhar o preconceito sofrido por assistentes virtuais, pode ajudar mulheres reais?
E está tudo bem você ter esse pensamento, mas vale lembrar que o mundo digital é um reflexo da vida real, e por trás de um bot, há pessoas que programam e estabelecem comportamentos/respostas.
A campanha da UNESCO deixou as respostas das assistentes mais combativas, para educar a sociedade, e desde que foi lançada no início do ano gerou mudanças, como a Apple, que mudou a programação de algumas das respostas da Siri. Quando o usuário a chamava de nomes chulos, ela respondia: “Ficaria Corada se Pudesse”. Agora, a assistente diz: “não vou responder a isso”.
Outras questões também foram pautadas, como o número de pessoas por trás dos bots, que é majoritariamente masculino.
Quando uma tecnologia é criada por homens, ela vai seguir a linha raciocínio masculina e não feminina, por isso, esse tipo de trabalho deve ser diversificado.
Entender isso é o caminho para mudança, e agora, muitas empresas já estão preparadas! E você, o que achou?
Na Benetton nós já estamos nos conscientizando sobre essa temática, e indo na contramão do imaginário social, nosso assistente virtual é masculino, e o nome dele é TOM. Assim como nosso time, o TOM está sempre preparado para atender você.
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Por: Débora Leite
Fotos/Créditos: Guto Chicanelli.
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