Talvez você tenha ouvido falar de Júlio Cocielo por suas campanhas como influencer digital, mas talvez, nessa última semana, tenha ouvido falar dele por uma polêmica. O youtuber publicou em seu Twitter no dia 30 de junho uma frase de cunho racista, sobre um jogador do time da França, Kylian Mbappé, durante o jogo da Copa da Rússia. Neste tweet, já excluído pelo influenciador, ele dizia: "mbappé conseguiria fazer uns arrastão top na praia hein".
Posteriormente, com a grande repercussão do assunto e de tweets antigos de mesma intenção de Cocielo, divulgados pelos internautas também, o influencer excluiu toda a sua timeline do Twitter e pediu desculpas publicamente, dizendo que o intuito de seus comentários não era a ofensa, e que comentários antigos também não tinham mais relação com seu posicionamento atual.
Um influencer com 11,2 milhões de seguidores no Twitter (o que possuía até então) com certeza tem muita visibilidade e, com isso, foi natural que os internautas começassem a cobrar as marcas relacionadas a Cocielo, bem como marcas que tiveram parcerias antigas, solicitando um posicionamento das mesmas.
Segundo matérias do Meio & Mensagem, que você confere aqui e aqui, marcas como Coca-Cola, Submarino, Itaú e Adidas repudiaram a ação, dizendo que vão ou cortar as relações atuais com o youtuber, ou não retomar essas ações no futuro.
Além da questão racista deste episódio, um assunto muito profundo e que deve ser discutido, temos ainda um outro levantamento: os influencers digitais claramente impulsionam marcas quando seus públicos possuem os mesmos interesses, mas e então, quem anda realizando a busca por esses influencers? Basta ler apenas os últimos tweets/postagens, analisar mídia kit e quantidade de seguidores para chegar a conclusões? É, não basta.
Pode ser que uma pessoa que hoje está a frente da mídia, não estivesse alguns anos atrás, não se importando tanto, por exemplo, com a sua exposição nas redes sociais. Mas a internet está aí, e os usuários também, para comprovar sempre: tudo o que divulgamos nessa rede de comunicação aqui permanece, por isso é essencial uma pesquisa profunda sobre a pessoa que vai influenciar o seu público e sobre o seu histórico. Caso isso não seja feito e as pessoas sejam escolhidas apenas por quantidades de seguidores e segmento, além da possibilidade de ter alguém que não compartilha da mesma visão de mundo e direitos de todos, podendo atingir gravemente alguma pessoa com insultos, a sua marca estará atrelada diretamente a alguém que você não conhece o mínimo.
É o que nos traz de volta essa 'pulga atrás da orelha'. Trabalhar no digital é algo sério sim, e escolher o influenciador da sua marca exige um verdadeiro garimpo, procurando informações com muito tempo e cuidado.
Hoje, as marcas são as causas que elas apoiam, e 'pisar na bola' uma vez pode desfazer toda a imagem construída. Ao mesmo tempo, um tiro certeiro pode chegar exatamente onde você quer! Só depende de estratégia, planejamento, design, conhecimento de mercado e bons profissionais. :)