Tão jovem e dinâmico quanto a velocidade das novas tecnologias, plataformas e linguagens, o marketing de influência ainda busca se entender melhor enquanto mercado. Seja na organização da relação entre marcas, criadores e conteúdos, ou na forma de ser mais eficaz na estratégia das empresas, para tentar compreender parte deste mecanismo, a MSL Brasil desenvolveu neste ano um estudo chamado “Desafios e Oportunidades das Marcas e Criadores de Conteúdo”, que conversou com 175 creators brasileiros que possuem de 10 mil a 5 milhões de seguidores no Instagram.
Consultando apenas profissionais que possuem relacionamento ativo com marcas, seja esse direto com departamentos de marketing ou via agência de propaganda, social media ou relações públicas, dentro desse universo, 52,3% desses criadores de conteúdo realizam entre uma e cinco ações pagas por mês. Além disso, 52% das ações realizadas são de relacionamento, não pagas, que envolvem convites para eventos e recebimento de produtos. No total, os entrevistados citaram mais de 300 marcas com as quais gostariam de trabalhar, sendo que as que mais aparecem são: Always, SalonLine, Omo, Nestlé, Pampers, Coca-Cola, Danone, Vult, Petite, Jolie e Pernambucanas.
A visão dos influenciadores sobre os principais problemas que atrapalham o desenvolvimento de seus trabalhos estão, por exemplo, aquelas não pagas, como convites para eventos e o recebimento de produtos. 43,4% dos creators dizem que a compensação financeira não é adequada ao trabalho realizado. Outros 31% afirmam que a demanda das empresas por conteúdos que sejam quase que publicitários também são problemáticos, do ponto de vista de formato e narrativa.
Quando falamos de remuneração, os maiores dilemas são burocráticos e envolvem pagamentos (46,5%), seguidos por processos enviesados de briefing (44%) e o processo de aprovação de conteúdo, que inclui a burocracia e quantidade de refações (41%). De forma geral, os influenciadores querem e precisam ser vistos como empresas parceiras, que trabalham em conjunto com a marca. E o ponto principal: as marcas precisam ver essas pessoas como influenciadores e não como vendedores, sem olhar somente o número de seguidores.
Segundo os entrevistados, a maior parte do investimento das marcas vai para os mesmos influenciadores, que não usam os produtos de verdade e não dão importância para o que a marca está lançando. Ainda na visão dos influenciadores entrevistados, é preciso haver encaixe entre os produtos e os influencers: quanto mais assertivo for esse encontro, mais positivos serão os resultados.
Baseados nessas percepções, 98% dos pesquisados escolhem projetos que tem a ver com sua personalidade e gostos pessoais e 80% acreditam que ter um depoimento pessoal é essencial para fazer com que os seus seguidores se engajem com o conteúdo, segundo o estudo.
Além do próprio discurso e a educação das empresas e profissionais, a tecnologia também pode e deve potencializar o amadurecimento do marketing de influência nos próximos anos, utilizando a inteligência de dados para tornar as estratégias e execuções mais assertivas, como já acontece em outras modalidades de comunicação.
Fonte: Meio e Mensagem