Violência contra mulheres não é um assunto novo na mídia, mas você deve ter percebido que o tema ganhou visibilidade com a criação da Lei Maria da Penha e com o avanço tecnológico, o que facilitou as interações entre pessoas e permitiu que temas pouco abordados, ou que eram considerados tabus, ganhassem destaque e fossem discutidos.
O aumento da visibilidade de discussões relacionadas às questões de gênero, que cresceram com a nova onda feminista e debates na internet, colocou esse tema em pauta nos mais diversos veículos de comunicação.
Porém, ainda vivemos em uma sociedade patriarcal, e algumas abordagens na cobertura de violências sofridas pelas mulheres são machistas ou sensacionalistas, o que muitas vezes atrapalham o desenvolvimento do caso.
Pensando nisso, um grupo de jornalistas que atua na Universa - plataforma do UOL para a mulher que protagoniza um mundo em evolução - criou um manual para jornalistas de diversos veículos, com o intuito de orientar melhores abordagens para a cobertura da violência contra mulher.
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Os portais de comunicação são de grande importância para a luta das minorias, pois o potencial de divulgação deles serve para nos informar sobre diversas causas, evidenciar pautas e pressionar as autoridades para encontrar soluções.
Desde a criação da Lei Maria da Penha em 2006 e da nova onda feminista, as questões relacionadas a gênero estão em evidência e essa notoriedade que a temática tomou foi fundamental para nos conscientizar sobre as diversas formas de violência sofridas pelas mulheres e a importância da denúncia para salvar vidas.
A mídia desempenha um papel fundamental na veiculação de campanhas sobre a violência contra a mulher, mas seu potencial também pode ter efeito contrário, por isso é necessário que os veículos adotem conduta consciente, e que tenha cautela para não reforçar estereótipos de gênero ou utilizar abordagens sensacionalistas em suas matérias, que podem influenciar negativamente a condução dos processos penais.
Pensando no potencial da mídia para informar a realidade patriarcal que vivemos e a consequência dessa estrutura social, a Universa criou um manual para jornalistas, com foco em evidenciar o papel da imprensa na cobertura da violência de gênero e apresentar condutas gerais e específicas que devem ser seguidas por comunicadores nestes casos.
Cobrir a violência contra a mulher é um trabalho delicado, por isso é necessário, em primeiro lugar, ter sensibilidade para além da apuração.
É importante se questionar sobre como entrevistar os familiares de uma vítima de feminicídio, como mencionar o agressor nas matérias ou que tipo de informações colocar sobre a vítima no conteúdo.
Há muitos estereótipos sexistas que transferem a culpa do criminoso para a vítima, e os questionamentos são fundamentais para não cair nessas armadilhas na hora de fazer uma matéria.
O intuito do manual da Universa é justamente auxiliar os profissionais de comunicação para não seguirem esses estereótipos e produzirem conteúdos que informem com empatia e dignidade.
O manual é repleto de informações, e algumas das orientações para produzir conteúdo sobre a violência de gênero são: estar bem informado(a), não culpabilizar a vítima, não justificar o agressor, evitar o sensacionalismo e amparar-se legalmente.
É um material rico em informações sobre as questões de gênero, que ajudam a identificar diversas formas de violências contra as mulheres, onde elas se manifestam, a frequência com que ocorrem e como denunciar.
Na luta por uma sociedade igualitária, e para salvar a vida das mulheres, a informação é fundamental, e essa iniciativa pode ser o primeiro passo para você e para sua empresa se engajar nesta causa.
Nós, enquanto comunicadores, desempenhamos um papel fundamental na transmissão de informações e formação de opinião, por este motivo é necessário seguir uma conduta adequada e ter compromisso com a verdade, para transmitir informações de forma ética e com o intuito de contribuir para uma sociedade melhor.
Vale lembrar que somos nós, comunicadores, quem direciona as informações, portanto a também somos responsáveis pelo impacto que ela produz, dependendo da forma como é transmitida e direcionada.
É necessário agir com ética em todas as profissões, mas na comunicação isso se torna ainda mais fundamental pelo potencial de alcançar tantas outras pessoas.
Para reforçar as boas condutas, clique aqui, e leia o manual completo da Universa!
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Por: Débora Leite
Fotos/Créditos: Envato
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