Em uma palestra realizada no Festival Gabo, Ben Supple, gerente de políticas públicas e eleições globais do WhatsApp, confirmou que houve disparos ilegais e em massa de mensagens na plataforma durante o período eleitoral brasileiro de 2018. Essa é a primeira vez que um representante da empresa admitiu publicamente a realização de tal prática nas eleições presidenciais nacional.
“Na eleição brasileira do ano passado houve a atuação de empresas fornecedoras de envios massivos de mensagens, que violaram nossos termos de uso para atingir um grande número de pessoas”, declarou Supple durante o evento, em que também condenou o uso de grupos públicos da plataforma para distribuição de conteúdo políticos: “Vemos esses grupos como tabloides sensacionalistas, onde as pessoas querem espalhar uma mensagem para uma plateia e normalmente divulgam conteúdo mais polêmico e problemático.” seguiu afirmando o executivo, de acordo com a reportagem do jornal Folha de São Paulo.
“O WhatsApp foi criado para abrigar conversas orgânicas entre famílias e amigos”, seguindo completando, além de recomendar que os usuários não entrem nesses grupos e os denunciem, desencorajando “o uso dos grupos como listas de transmissão” de conteúdo. Supple, porém, disse que o uso da plataforma por campanhas políticas não viola as regras do app, conforme “Todos estão sujeitos aos mesmos critérios”, ainda que também reconheça a grande influência do WhatsApp durante processos eleitorais, em especial os do Brasil.
“Sempre soubemos que a eleição brasileira seria um desafio. Era uma eleição muito polarizada e as condições eram ideias para a disseminação de desinformação” declarou o executivo durante o evento; “No Brasil, muita gente usa o WhatsApp como fonte primária de informação e não tem meios para verificar a veracidade do conteúdo”.
Mesmo diante desse cenário, Ben Supple acrescentou que apenas uma minoria de usuários comete irregularidades, além de que as medidas tomadas pela companhia para limitar tais práticas desonestas têm sido efetivas. De acordo com o executivo, com o banimento mensal de 2 milhões de contas, desde que o WhatsApp restringiu em janeiro o compartilhamento de mensagens a cinco chats por vez, o número total de reencaminhamentos caiu em torno de 25%.
Os apontamentos e declarações feitas pelo gerente estão de acordo com o que a plataforma vem noticiando, já que ações mais rigorosas para impedir que a plataforma seja vítima de manipulações por grupos externos estão sendo feitas.
No fim do mês passado foi deletada 1,5 milhão de contas apenas por propagarem desinformação e fazerem uso de bots. O WhatsApp também introduziu recursos que impedem o usuário de ser adicionado a qualquer grupo sem autorização, e lançou na Índia uma ferramenta que verifica a veracidade das informações disseminadas na rede.
Não é de agora que a pauta de práticas desonestas é assunto por todos os meios, porém, ter isso declarado é algo muito mais sério, ainda mais por uma ferramenta que vai além muito além da socialização, afinal, dados do crescimento dessa plataforma é crescente e sabemos o quanto a disseminação de conteúdo viral precisa ser fundamentada.
Agora vamos lá, quem aí soltou um “eu já sabia!” levanta a mão! Oops
Benetton Comunicação
Por: Bharbara Sousa
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