postagem de 02 de Março de 2021
A influência dos streamings no comportamento do usuário
Vivemos na era dos streamings de vídeo, serviços que remodelaram o modo como consumimos conteúdo audiovisual. São tantas opções disponíveis que fica difícil escolher a sua plataforma favorita.
Entre os streamings mais assinados no Brasil temos: Netflix, Amazon Prime Video, Globoplay, Telecine, Now, Disney + entre outros.
Em 2019, durante uma entrevista ao INTV, a executiva da Netflix, Cindy Holland, revelou que usuários passam, em média, 2h por dia na Netflix, seja navegando pelo catálogo do serviço ou consumindo conteúdo.
No começo, dedicar horas do seu dia para assistir à plataforma foi tratado como uma “febre de lançamento”. Porém, com o aprimoramento dos serviços oferecidos pelo streaming, e a crescente popularização de suas produções, o “assistir Netflix” se tornou um hábito entre os consumidores.
Tornando cada vez mais comum o convite de: bora assistir Netflix? Mas também podemos ver Amazon Prime, Telecine, HBO, Disney +... enfim, você escolhe! ;)
“Eu estava obcecado, passava 80% do meu tempo falando sobre minha série favorita e nos outros 20% eu torcia pra que alguém falasse sobre ela pra eu poder falar mais!”.
Essa frase faz sentido pra você? Porque é exatamente assim que as produções dos streamings vem afetando o comportamento dos usuários. As séries tão populares nessas plataformas têm conquistado o público rapidamente, despertando emoções e hábitos entre os espectadores.
A série de época Bridgerton, lançada pela Netflix em 25 de dezembro de 2020, despertou o interesse dos usuários pelos livros que inspiraram a produção.
A séria acompanha o competitivo mundo da alta sociedade da regência britânica, mesclando com pitadas de romance, cenas sensuais, figurino impecável, trilha sonora cativante e mistérios ao longo dos episódios.
Uma pesquisa realizada pela Decode, empresa de dados que divulga levantamentos sobre assuntos relevantes do momento, mostrou que em janeiro de 2021 a procura pelos livros cresceu 3.330% após lançamento da série. Enquanto as buscas pelo nome da autora, Julia Quinn, aumentou cerca de 1.116%.
Já as buscas por Shonda Rhimes, produtora executiva de Bridgerton e também responsável por atrações de sucesso como Grey’s Anatomy e Scandal cresceram 493%, após lançamento da série.
NoTwitter, os comentários sobre Bridgerton alcançaram 8,6 milhões de usuários. Entre os principais motivos apontados pelos espectadores para assistir à série estão: os atores (55%), as cenas românticas e sensuais (30%) e a trilha sonora (15%).
Bridgerton bateu o recorde da Netflix, com seus 82 milhões de espectadores, e é hoje a série mais vista do streaming!
Já a minissérie O Gambito da Rainha, que conta a história de uma órfã prodígio do xadrez que luta contra vícios enquanto enfrenta os maiores enxadristas do mundo, foi vista por mais de 62 milhões de assinantes.
Com o Gambito da Rainha, a Netflix conseguiu de uma só vez motivar novas pessoas a conhecer o esporte, além de fazer canais do YouTube e aplicativos sobre xadrez bombarem.
Segundo a Agência da Bolso, após o lançamento da série houve um aumento de 170% nas pesquisas sobre xadrez em novembro de 2020, e o interesse sobre as jogadas cresceu mais de 300%, mostrando como a produção despertou o interesse e a curiosidade entre os espectadores.
Além disso, aplicativos de xadrez online registraram aumento repentino de downloads. De acordo com o Sensor Tower, aplicativo de inteligência de marketing americano, o app ‘Chess - Play & Learn’ gerou uma receita de U$ 300 mil durante o período de “febre” da minissérie.
Todo esse impacto no comportamento do público só foi possível porque os espectadores ficaram satisfeitos com as produções.
Desde 2016, a Netflix tem estudado os efeitos de seus serviços sobre as relações entre os consumidores da plataforma.
De acordo com a Ipsos, empresa de pesquisa e de inteligência de mercado do mundo:
Outro impacto sobre as séries e filmes de streamings são os grupos de discussão criados pelos fãs para falar sobre os conteúdos, criar teorias e compartilhar ideias sobre a história. Porque não basta assistir, você precisa discutir também!
Os grupos de discussão tiveram seu início na finada série Lost, que rendeu mais de mil grupos sobre o seriado na “era pré-streamings”. Produzida pela rede americana ABC, do conglomerado Walt Disney, Lost arrebatou milhões de fãs ao redor do mundo e foi uma máquina de fazer dinheiro, rendendo cerca de US$ 100 milhões por ano com a venda de DVDs.
Na época, a audiência nos EUA bateu uma média de 18 milhões de pessoas, na Inglaterra 8 milhões, e no Brasil mais de 10 milhões.
Se Lost fosse uma série de um streaming famoso será que ela bateria os 82 milhões de espectadores de Bridgerton? Fica aí a reflexão!
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Benetton Comunicação
Por: Jacqueline Fernandes
Fotos/Créditos: Divulgação Netflix.
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