postagem de 23 de Janeiro de 2020

Muita treta, vish: tweets ensinam história da arte com humor

Muita treta, vish: tweets ensinam história da arte com humor
As threads se popularizam na rede social e servem até para contar um pouco de história (com um toque de humor)

O período do Renascimento foi dramático no nível: último capítulo de novelas da Globo. Artistas viviam num clima de disputa pela fama e reconhecimento e os personagens dessa história são os principais famosinhos da época, como: Michelangelo, Rafaello, Leonardo da Vinci e Caravaggio.

Ao tomar conhecimento do clima tenso que habitava a vida dos artistas renascentistas italianos do século XVI, a fotógrafa mineira Ari Noert, decidiu compartilhar as brigas através de threads no Twitter. A artista usa um tom humorístico que dita um ritmo diferente para o tema.

A ideia surgiu porque Ari estuda história da arte por conta própria para poder desenvolver pesquisas acadêmicas sobre o assunto. A possibilidade de democratizar esse tema, que muitas vezes é elitizado, também foi um motivo que levou Ari a compartilhar as histórias na rede social. Você por exemplo, que teve acesso a esse post, provavelmente sabe quem é Leonardo da Vinci, mas a própria fotógrafa comenta que existem pessoas que não conhecem um dos artistas mais famosos.

Usar a linguagem do povo, acrescentar uma pitada de humor e disseminar isso nas redes sociais pode ser a receita perfeita para que cada vez mais pessoas tenham acesso a história e cultura.

Quais são as tretas mais famosas


Já foram publicadas mais de 10 threads sobre a história da arte e os temas nem sempre foram só as tretas, mas é claro que as mais famosas envolvem algumas trocas de elogios. Uma das que mais chamou atenção dos internautas foi o campeonato de pintura entre Leonardo da Vinci e Michelangelo.

Tudo começou quando Da Vinci começou a fazer sucesso na Itália. Nessa época Michelangelo já tomava conta do território e por isso, a chegada de um novato significou concorrência, começando uma disputa entre os dois.

Com esse clima, Michelangelo acabou perdendo a linha, tomando decisões bem erradas e fazendo com que a sociedade “cancelasse” o artista. Ninguém mais aguentava Michelangelo e até o Papa Leo X, que era um velho conhecido dele, acabou soltando que o achava assustador e impossível de lidar. Todo esse comportamento de Michelangelo levou inclusive Ari a apelidá-lo de “Pinschelangelo”: pequeno e nervoso como um Pinscher.

Outra história que também ficou muito popular na rede social, foi sobre a vida (conturbada) de Caravaggio. O artista ficou conhecido como o maluco da época e não é para menos, já que ele passou 37 anos da sua vida pintando situações extremas de violência que incluem seu amante de 11 anos!

Inclusive, é muito fácil encontrar informações sobre a vida de Caravaggio, pois muitos detalhes são encontrados em registros policiais. Se seus quadros eram dramáticos, ele era a própria drama queen e sua vida envolvia brigas, álcool e farras com prostitutas, tudo isso sempre acompanhado de uma arma na cintura. Algumas vezes, parecia até que as coisas iriam voltar aos trilhos, mas ele sempre arrumava outra confusão e tinha que fugir de novo.

Ser famoso e ter uma vida conturbada parecia coisa do século XXI, mas só parecia.

A arte clássica tomou conta da internet


Falar sobre história da arte de uma maneira bem-humorada pode ser novidade, mas unir obras clássicas e humor é um fenômeno que já é bem conhecido pela sociedade. Parece até que algumas obras nasceram para se tornar memes e quem nunca compartilhou uma, que atire a primeira pedra!

Tudo isso acontece porque o Renascimento foi o movimento artístico mais requisitado. Um aspecto fundamental das obras são as ações humanas, o que dá muita margem para múltiplas interpretações das obras, levando inclusive para o lado cômico e moderno.

O interessante desse movimento é que ele tem sido usado por alguns professores durante aulas de história da arte. É assim que se leva conhecimento de uma maneira mais descomplicada e descontraída.





Essa é a mágica da semiótica: estudar e construir significados. Toda interpretação é válida e todo tipo de assunto vira conteúdo. É assim que o discurso se renova!



Benetton Comunicação

Por: Gabriele Fernandez

Fotos/ Créditos: Divulgação

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