Recentemente o Publistagram publicou um álbum chamado “nem sempre equipamento é tudo” que nos fez pensar justamente que o equipamento nunca é tudo.
O barateamento de tecnologias facilitou o acesso à diversos equipamentos que antes eram exclusivos de profissionais: câmeras, computadores, editores de vídeo, programas para tratar imagem, equipamento de gravação e edição de som. Tudo isso contribui para que mais pessoas possam produzir e democratizou o acesso a muitas coisas, o que é bom, afinal, quanto mais pessoas produzindo, maiores as chances de obras-primas serem criadas.
No entanto isso cria a ilusão de que basta ter uma boa câmera, um bom microfone, um computador potente, que as pessoas se tornam profissionais da área, capazes de produzir tão bem quanto pessoas que estudaram a vida toda para isso.
Tudo isso ajuda, claro, a produzir com qualidade, mas não substitui a criatividade, a inventividade, a pesquisa, o estudo.
Basta olhar o making of do seu filme favorito, as fotos de bastidores de um ensaio, os bastidores das gravações de um disco, tudo mostra que o que importa mesmo são as ideias, a maneira como se solucionam os problemas que surgem na produção, como se superam obstáculos.
Quando Glauber Rocha lançou a máxima do cinema novo “uma câmera na mão e uma ideia na cabeça”, ele não estava falando de sair gravando de qualquer jeito, afinal, trabalhou no roteiro de seu primeiro filme por 4 longos anos antes de se dar por satisfeito, ele falava, na verdade, de um cinema cru, direto, despedido de tecnologias, até por uma questão de custo, mas cheio de ideias, que enfatiza justamente a criação ao invés das imagens limpas e perfeitas, do corte exato, da luz artificial.
Não estamos falando “vamos queimar os nossos celulares, quebrar os nossos notebooks ou destruir as nossas câmeras digitais de última geração!”, apenas lembrando que a primeira, e a maior, ferramenta que temos é a nossa cabeça, que apenas com boas ideias, e o conhecimento para executá-la, que se chega a um bom resultado.